Pare de Fantasiar e Viva o que há de Viver

Esse é mais um relato de uma Oficina do grupo VIP Cuidador da Psique, realizada dia 08/10/2020. O nosso objetivo é exercitar propostas de oficinas tirando dúvidas de manejo, planejamento, contextualização e interpretação; que em síntese tem o objetivo profundo de “pare de fantasiar e viva o que há de viver”, ou seja, vamos sair do plano mental e vamos para a realização concreta.

Nosso livro base para nossas experiências em grupo é o: Mulheres que correm com os lobos – Mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem (Clarissa Pinkola Estés) Ed. Rocco. Indico que você adquira o seu, é fantástico.

Apresentação do “ACASO”

A facilitadora desta semana foi Ana Flávia Carrazza, que está comigo desde a primeira turma do Curso Cuidador da Psique. Estamos crescendo juntas, e essa maravilhosa mulher aceitou o desafio de ministrar on-line e em grupo, coisas que jamais havia feito.

Então se percebe que ela está para seu dilema, ela está para nosso tema: “pare de fantasiar e viva o que há de viver”.

Sua coragem foi brindada com a escolha “aleatória” do conto: A menininha dos fósforos, pg.363. Coloquei aspas em aleatório, pois de nada sem sentido, foi essa escolha inconsciente. Aqui para nós Cuidadores da Psique, isso se chama sincronicidade, que em síntese é “o acaso” mostrando algo para você.

Nesse contexto “não existe o acaso”! Para ampliar a sua mente entenda que: nós só o chamamos assim até o momento em que conseguimos encará-lo, e assim, paramos de fantasiar e vivemos o que há de ser vivido. Assim o percebemos e analisamos as coisas sutis que chegam há nós, e esse é um dos objetivos desse conto e da oficina que se segue.

A MENINA DOS FÓSFOROS

Nesse capítulo estamos falando sobre as águas claras que é o sustento da vida criativa, ou seja, a nossa intuição translúcida, as nossas emoções puras como água limpa. Mas nem sempre estamos assim! Pode ser que nossas águas estejam turvas, em dúvida, com receio, angústia, etc.

Sinta ai no seu corpo, acho que somos 80% água, como esta sua água? Sua saúde corporal? Sua saúde emocional? Sua intuição? Seus sonhos?

Após essa primeira auto análise, o que precisamos é afugentar a fantasia criativa… Como assim? Você apenderá realizando esta Oficina, pois aqui vamos renovar do fogo criativo, e definitivamente atuar de modo: “pare de fantasiar e viva o que há de viver”.

… “Na tradição arquetípica, existe a ideia de que, se prepararmos um local psíquico especial, o ser, a força criadora, a fonte da alma irão falar dele, descobrir o caminho até ele e habitá-lo.” (Clarissa Pinkola  Estés, p.341)

Lista de Materiais

Desenvolvimento

Primeira Fase

Leia o conto que se inicia na pg. 363. Após sua leitura atenta reflita sobre a sensação de abandono, as ilusão, a paralisa que impede a menina à ação.

E se pergunte: o que você tem de fantasia? O que vive no “e se”, “eu dependo de fulano para decidir isso”, “quando acontecer isso eu faço aquilo”, etc. Tantas mentiras de nossa mente.

Foque no real, no que realmente acontece!

Segunda Fase

Olhando para suas Verdades Reais e Mentiras Fantasiosas, leia a parábola à seguir, intitulada:

“A verdade e a mentira”

De acordo com uma lenda do século XXI, a Verdade e a Mentira conheceram-se um dia.

A Mentira diz à Verdade: “está muito bonito hoje”.

A Verdade olha à volta dela e levanta os olhos para o céu, o dia foi realmente bonito. Passam muito tempo juntos até chegar à frente de um poço.

A Mentira diz à verdade: “a água é muito agradável, vamos tomar banho juntos! ”

A Verdade mais uma vez desconfiada toca na água, ela era realmente agradável. Despem-se e põem-se a nadar.

De repente, a Mentira sai da água, põe as roupas da verdade e foge.

A verdade furiosa sai do poço e corre por todo o lado para encontrar a Mentira para recuperar as suas roupas.

O mundo vendo a Verdade toda nua vira o olhar com desprezo e raiva.

A pobre Verdade volta para o poço e desaparece para sempre escondendo a sua vergonha.

Desde então, a Mentira viaja por todo o mundo vestida como a verdade, satisfazendo as necessidades da sociedade, e o mundo não quer em nenhum caso ver a Verdade nua. (Quadro: “A verdade saindo do poço” Jean-Leon Gérôme, 1896.)


Mas há outro final para essa parábola, que diz o seguinte:

A Verdade, quando voltou ao poço, recusou-se a vestir-se com as roupas da Mentira e por não ter do que se envergonhar, a Verdade saiu nua a caminhar pelas ruas e vilas.

E é por isso que desde então, aos olhos de muita gente, é muito mais fácil aceitar a Mentira com as roupas da Verdade do que a Verdade nua e crua (Fonte> www.recantodasletras.com.br ; Autoria> www.siostiodelapa.net).

Afinal, qual você prefere?

Qual você “aguenta encarar”? Mentirinhas? Ou a Verdade nua e crua?

Terceira Fase

 Agora chegou o momento da materialização! Inicie pegando papel e lápis de cor. Fazendo uma lista das mentiras que você tem falado a si mesma, você pode associar uma cor à cada tipo de mentira e sua emoção.

Quarta Fase

Essa fase requer coragem! Você vai pegar o prato e os fósforos e vai queimar essa lista. Você vai literalemnte botar fogo nas fantasias, para parar de fantasiar e viver o que há de ser vivido.

Observe queimar tudo, use quantos fósforos precisar; esse é seu momento de ação, de desapego das fantasias.

Quinta Fase

Estamos em uma Jornada Heroica! Seguimos a nossa jornada e com ela os desafios se apresentam, não precisamos buscá-los, eles se impõe à nossa vida! Quando tentamos fugir eles nos causam sofrimento, dúvida, medo, insegurança, etc.

Se nos dispomos à jornada, que sinceramente nunca sabemos o caminho nem o final, temos a escolha de aprendermos as lições trazidas.

Colaborando com este início de reflexão, temos segundo Campbell (1990), a citação sobre a saga do herói, em seu livro o Poder do Mito:

Não precisamos correr sozinhos o risco da aventura, pois os heróis de todos os tempos a enfrentaram antes de nós. Temos apenas que seguir a trilha do herói, e lá, onde temíamos encontrar algo abominável, encontraremos um deus. E lá, onde esperávamos matar alguém, mataremos a nós mesmos. Onde imaginávamos viajar para longe, iremos ter ao centro da nossa própria existência. E lá, onde pensávamos estar sós, estaremos na companhia do mundo todo. (p. 131, Disponível em: www.jungnapratica.com.br).

Sexta Fase

Você já esta entendendo que velhos pensamentos fantasiosos devem ser queimados de sua vida. Agora te convido a sentar-se confortavelmente, com a coluna alinhada, pés no chão.

Feche os olhos, relaxe e respire profundamente três vezes, e após essa conexão consigo abra os olhos devagar. Em seguida, pegue uma folha e escreva:

– O meu maior desafio é …

Após completar a frase, faça uma lista. – Forças que você possui  para conquistar esse desafio:

– Sugestão: para cada força que elencou escolha uma cor (lápis de cor) e pinte-a conforme a emoção despertada em você, assim como se fosse uma legenda afetiva de cada característica sua que estamos ressaltando.

Separe os giz de cera conforme as cores anteriormente escolhidas (uma para cada “força”/qualidade).

Pegue o copo, encha com água quase até chegar na boca, bem cheio mesmo, quase vazando.

Pegue o fio de lã, faça uma volta longa em seu próprio pescoço, cortando onde vc sentir que é um tamanho adequado para ser o colar do seu futuro amuleto de poder. Coloque as pontas do cordão boiando na água.

Sétima Fase

Acenda a vela, e aqueça o giz e pingue dentro do copo para criar seu talismã. Repita o processo até obter uma peça consideravelmente espessa (aproximadamente com 1cm de espessura). Espere esfriar e com cuidado retire seu talismã do copo.

Pode ser que essa construção demore, não tenha pressa é assim mesmo a construção e solidificação da sua fortaleza interior. Aqui não há mágicas, aqui também não cabe fantasiar.

Diga definitivamente para você:

Pare de Fantasiar e Viva o que há para Viver”, no aqui e agora, nessa experiência única. Dê tudo de si.

Análise

Observe as duas faces do talismã, concentração de cor, espessura, etc. No talismã as forças se unem e você percebe que não é só uma coisinha su que resolve o dilema, são muitas forças suas unidas em prol da resolução do dilema.

Coloque esse amuleto em um local seguro, longe do sol, pois ele derrete, e longe de impacto pois ele quebra.

Você não precisa carregar um talismã para lembrar qual seu dilema e quais suas forças, precisa?

Não não, não precisa! Lembre-se dessa experiência, internalize esse aprendizado, fique atenta às fantasias e bote fogo nelas o quando antes.

Assim você está no ciclo de “Pare de Fantasiar e Viva o que há para Viver”.

Se sonhar essa noite, anote.

Sugestões para seguir ampliando o tema

1.Mandala com palitos.

Nesta proposta risca-se um círculo (mandala) em cartolina ou papel canson. Utilizando os palitos de fósforos e cola branca,   os participantes criam uma mandala de palitos preenchendo toda a base livremente.

Objetivo: promover foco e paciência.

Arquivo pessoal: Nádia Trolli

2. Caixa de fósforos reflexão.

Esta é uma proposta para aquecimento do grupo.

A facilitadora prepara uma caixa de fóforo especial, em que cola e enrola uma pergunta ou uma frase inspiradora em cada palito de fósforo.

Assim você pode apresentar a caixa de fósforos mágica e solicita que cada participante retire um palito e leia a frase. Os participantes devem contribuir livremente partilhando sua reflexão de forma oral.

Exemplo de frase ou pergunta: – Como você ilumina sua vida?

Objetivo: estimular a participação, o respeito pela opinião alheia, reflexão ativa, promover o vínculo do grupo.

3.Suas ações no futuro (fonte:170 técnicas arteterapêuticas – Autora: Beatriz e Bianca Acampora)

Dobre uma folha de sulfite em quatro partes iguais. Em seguida, solicitar que:

, Depois, no . No . No

Objetivo: trabalhar a criatividade.

MODELO: “Pare de Fantasiar e Viva o que há para Viver”

  Seu problema atual  Como vê a situação daqui cinco anos
  O que está fazendo para resolvê-lo  Desenhar como se sente  

Agradecimento

Agradeço especialmente à multitalentosa Nadia Trolli que me ajudou a escrever esse relato de experiência.

E à todas as Fantasticas Cuidadoras da Psique.

Com amor, Paula Cardoso.

Uma resposta

  1. Essas oficinas tem oferecido um crescimento incrível. A cada encontro, cada reflexão, opinião e conceitos entre nós participantes tem proporcionada grande conhecimento teórico e intelectual. Gratidão por tantos conhecimentos.

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