Oficina terapêutica baseada no conto: As Deusas Sujas, do livro Mulheres que Correm como Lobo. FACILITADORA: ARITANA OLIVEIRA, PSICÓLOGA e CUIDADORA DA PSIQUE.
O conto:
O conto “As Deusas Sujas” contam a história de Deméter, a mãe Terra; e Perséfone, sua filha. Esta foi raptada pelo Deus do submundo: Hades.
Em se rapto, Perséfone gritava por socorro, mas seus gritos foram ficando cada vez mais fracos à medida que a fenda no chão aberta por Hades foi se fechando, como se nada tivesse acontecido, abatendo-se assim um silêncio por toda a Terra.
A voz da donzela a gritar ecoou nas pedras das montanhas e borbulhou no lamento vindo do fundo do mar. Deméter ouviu os gritos vindo das pedras.
Naquela mesma noite uma velha que estava à frente de uma Gruta comentou com suas irmãs que havia ouvido três gritos naquele dia: um de uma voz jovem que gritava de pavor, outro que implorava ajuda e o terceiro de uma mãe que chorava.
Perséfone não era encontrada em lugar algum, diante disso a sua mãe Deméter passou a procurar enlouquecida, ela chorava, esbravejava, gritava, fazia perguntas, procurava de baixo, dentro e em cima de todos os acidentes geográficos, implorava a misericórdia, implorava pela morte, mas não conseguia encontrar a sua filha amada.
Diante de tanto sofrimento ela amaldiçoou todos os campos férteis no mundo. Por conta dessa maldição nenhuma criança podia nascer, nenhum trigo podia crescer para se fazer pão, nenhuma flor para as festas, nenhum ramo para os mortos, tudo ficou murcho e esgotado na terra crestada e nos seios seco.
A própria Deméter não mais se banhava; seus matos estavam encharcados de lama, os cabelos pendiam em cachos imundos; mesmo diante de sua dor tremenda ela não se entregava.
Depois de muitas investigações, pedidos e de muitos incidentes, ela perdeu as forças ao lado de um poço na aldeia onde não era conhecida. Ao recostar seu corpo dolorido na pedra fresca do poço, chegou uma mulher ou melhor uma espécie de mulher dançando até Deméter, balançando os quadris de um jeito que sugeria a relação sexual e balançando os seios nessa sua pequena dança, fazendo com que Deméter não resistisse e começou a sorrir um pouco.
Foi exatamente esse riso que Deméter saiu da sua depressão, esse rio lhe deu uma energia para prosseguir na sua busca pela filha que acabou em sucesso com a ajuda de Baubo, da velha Hecate, e do Sol Helios. Restituíram Perséfone a sua mãe, e o mundo, a terra e o ventre das mulheres de voltaram a vicejar.
Lista de materiais:
- Tela pequena;
- Tinta;
- Pincel;
- Semente;
- Cola de silicone líquida;
- Lenço ou véu.
Desenvolvimento
Primeira Fase
Iniciei fazendo um breve resumo sobre o conto levando-as a pensarem sobre si, sobre seu estado de desanimo, sobre as coisas perdidas, as ideias e essência que parecem perdidas, sobre a própria sexualidade, sensualidade e sexo.
Segunda Fase
Para trabalhar a expressão corporal e sexual da mulher, foi solicitado que utilizassem o véu ou lenço para realizarmos a dança do ventre. Então, chegou a hora de você colocar uma musica de dança do ventre e soltar esse movimento circular e curvilíneo que você tem.
Terceira Fase
Leia e releia o conto até entender.
Quarta Fase
Pegue a tela, pinte essa energia desperta em você, essa mulher cheia de sementes que podem ser plantadas, cuidadas e colhidas. Pinte e depois cole as sementes, use a sua imaginação, não há forma pré orientada a se seguir.
Quinta Fase
Para finalizar você pode usar a escrita criativa e livre para relatar como se sentiu desde o momento de leu o conto, o que pensou, o que lembrou, quais sensações te trouxe, emoções, etc. E ainda escreva sobre as sensações da dança, da musica em seu corpo.
E por fim, se entregue à sua pintura, e escreva o que sentiu, pensou, se emocionou ao faze-la. E agora que está pronta, o que mais ela diz sobre você?