Exigem 3 tipos de pessoas, a Alfa, a Beta e a massa (outros).
Eu adoraria ser a Alfa, é ela que se permite viver “fora da caixa” e cria. Exemplo disso é Jung, e tantos outros teóricos e inventores.
Um Alfa, precisa de Betas! Sim! Pois sem os Betas, o Alfa é apenas um louco, e seu futuro poderá ser: viver no sanatório.
Os Alfas tem um “quê” de genialidade e de loucura. Já os Betas, avaliam e verificam, atestam que sua “loucura” tem razão, é uma genialidade. Sendo assim, os Betas são os seguidores de Alfa, e o validam.
E os demais? Os demais são atingidos pelos efeitos dos Betas, e se propaga para todos, assim como as teorias, os objetos que usamos, etc. Todos estes foram inventados por alguém (Alfa), validados e disseminado por outros (Beta), e usado inconscientemente pelos demais.
O Roubo da Genialidade
Tanto é inconsciente que seguimos inúmeras leis, regras e usamos tantos objetos que não sabemos sua história e origem de criação, só nos beneficiamos ou reclamamos das coisas “impostas”.
E é justamente por falta de “origem”, que além dos perigos de ser classificado como louco, o Alfa também sofre o perigo de ser roubado por um Beta. É só verificar a história do Mc Donalds, e tantos outros.
As vezes o Alfa em sua loucura esquece de materializar e expor/ vender sua obra. Se esquece do mecanismo de disseminação, tão importante para escrever seu nome no muro dos Alfas. E é nesse exato momento que outro (Beta) tem espaço para usurpar a genialidade do Alfa, como sendo sua própria.
É difícil provar “a origem” de uma ideia, assim como é difícil provar que um gato perdido é seu. É necessário provas.
A Identificação com a Genialidade
Neste caso, pode ser que um Beta se torne um Alfa, criando algo verdadeiramente seu, assim como foi Freud primeiro, e depois Jung, Reich, e outros Betas que se tornaram Alfas. Estes e outros surgiram a partir de sua relação com o Freud.
Dessa forma, estar próximo à um Alfa é desafiador e criativo. Exige uma identificação íntima e logo uma audácia.
A identificação é a confiança do Beta com o Alfa, que sim vai te levar a conhecer o mundo “fora da caixa”. Estamos diante de uma relação como a pai-filho, algo a mais que professor-aluno. Nesta fase, é quando o filho é criança, e o pai seu herói.
E ao conhecer “fora da caixa”, o Beta tem suas próprias experiências. Essa é a fase do filho adolescente, que começa a questionar o olhar do pai sobre o “fora da caixa”. No entanto, ainda que o filho tenha novas ideias diferentes à do pai, o filho se mantém seguindo o pai. Sabe porque? Pois, ainda não tem forças interiores para gritar sua verdade, precisa de maturação para isso.
O pai Alfa teme esse antagonismo emergindo em seu Beta. No entanto, o pai sábio entende que esse é o processo, “o fruto não cai longe da árvore”.
Já o pai castrador, vai tentar matar o filho por dentro, matar seu olhar, suas ideias, e até mesmo pode abandoná-lo e mandá-lo à loucura.
Neste caso nefasto, mas que comumente acontece, ou você fica louco, subjugado, escravizado, ou você tem a audácia. É quando o Beta vai a fundo em si e no que acredita, e desperta para sua própria loucura e genialidade. Rompe com o pai.
Romper e Ser
Esse é o processo de diferenciação, chamado por Jung de individuação. Este pode ser muito dolorido emocionalmente e solitário aos dois.
A visão do pai sobre o filho muda, e a do filho sobre o pai também.
Os dois agora são Alfas. Alguns Alfas disputam o poder: Quem sabe mais? Quem está certo? Torna-se uma dualidade; é uma inflação de EGOs.
Outros Alfas dialogam sobre seus olhares e se respeitam mutuamente. Claro, cada um defendendo seu olhar. Isso é sabedoria. Isso é evolução.
Eu procuro respeitar minhas origens, tanto familiar quanto científica. Respeito e honro meus pais, e faço o mesmo com os teóricos desde a época religiosa da ciência, os experimentais, os comportamentais, os psicanalíticos, os sociais, etc.
Acho todos importantes, pois no mundo é “impossível agradar Gregos e Troianos”, mas no fundo, quem escolhe o marido é a mocinha. Leia mais sobre isso no texto https://institutopaulacardoso.com.br/sobre-o-mes-dedicado-a-mulher/
Ou seja, os Alfas (gregos e troianos) são seguidos por Betas (mocinha) por um amor, uma identificação interna.
O Amor à Genialidade
E o “resto do mundo”? Como se tornar Beta e logo Alfa.
Muitos tem o sonho de ser um inventor. Eu mesma tenho esse sonho. Espero viver muitos anos para conseguir concretizar isso, e deixar meu nome no muro dos Alfas.
Eu pessoalmente tive a sorte de ter uma mãe culta, é um pai prático. Os dois voltados à realização no mundo. A falta de interiorização, que eles me ofereceram, foi a válvula pela qual minha dor buscou a cura.
Foi assim que “já cedo” na vida adulta me tornei uma Beta, me identificando com a Arteterapia e logo com Jung.
Quando não temos elementos “dentro de casa”, nossa identificação pode sim se realizar “fora da caixa”.
Sou uma Beta mirim com todo orgulho.
Mirim, pois ainda estou no caminho ao pai, Alfa. E Beta, pois estou decida a estar nesse caminho. No entanto, de forma alguma sou uma gênia. Sou criativa, mas não genial. Um tanto louca, mas ainda não genial. Há de se ter humildade e audácia.
Estou na adolescência Beta!
Passo um para sair do “nada” e ser um Beta: Diferencie-se da Manada.
A sua indignação, sua agressividade, sua raiva, sua dor, sua tristeza, são instintos naturais que podem te tirar da manada, e te levar a querer algo diferente.
Tem isso aí dentro de você? O desejo de algo diferente? É ardente? É dolorido? Se não é, bote lenha nessa fogueira. Não conte a ninguém o que está fazendo, pois os “ninguens” serão contra você ser alguém diferente deles.
O que você está fazendo? Se identificando com um Alguém, um Alfa.
E você se pergunta: São tantos Alfas…
E eu te respondo: São tantos Alfas se você é um ninguém. E existe um Alfa para você que é Beta.
Passo dois para ser um Beta:
Aqui vem mais uma diferenciação: se sigo um caminho, não há como caminhar por dois.
Estou falando aqui de essência de pensamento e não de pessoas. Afinal, não seguimos a pessoa por ela ser uma pessoa. Isso seria a relação professor- aluno.
Seguimos pela confirmação da essência do pensamento dela dentro de nós. Nos habita. Essa é a relação pai-filho.
Nosso interior valida a genialidade desse louco Alfa. E é assim que surge a identificação, e nos tornamos Beta.
Eu percebi que até esqueci do que outros teóricos dizem. Percebi também, que minhas “lentes” para ver a vida são cada dia mais Junguiana.
Tem gente que me pergunta assim: Você consegue orientar Comportamentais, Gestalt, Psicanalistas?
Sim, com a linguagem junguiana aproximada, onde essas teorias se tocam. Sabendo que não tem como caber Jung na comportamental ou psicanálise. Jung usa “tamanho” XXG, multicolorido, por isso combina tanto com a Arteterapia.
Eu convido a todos a saírem da manada e serem Beta! Não precisa ser de Jung, essa é uma diferenciação particular minha.
Ser Beta te tira do insconsciente da manada, e te liga ao pai (Alfa).
A relação íntima com o pai pode te levar a ser um Alfa.
E como ser um Alfa?
Depois de ser Beta, busque sua genialidade em sua loucura. Eu estou no processo, e você?
Beijos